UNIVERSIDADE UNIRITTER - PORTO ALEGRE/RGS
TFG – TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
Cinema, cidade e memória: A rua do Triunfo
"Os grandes cinemas, então, antes
mesmo do filme já eram um filme. Antes de entrar na história que ia aparecer na
tela, o espectador já se encontrava dentro dela. A arquitetura e a decoração
da sala de projeção ensinavam a ver o filme: o imponente
e luxuoso da cena
começavam no espaço do espectador. A história que
se passava num palácio
se dava a ver também num palácio" José Carlos Avellar.
Um dos aspectos mais importantes a serem
considerados ao criar um projeto arquitetônico é o da pertinência, cuidar para
que o plano esteja apropriado ao uso, ao local e à cultura da comunidade que irá
habitar, frequentar ou utilizar determinada edificação. Em outras palavras, trata-se
de analisar, à exaustão, os princípios de funcionalidade, ambientais e psicológicos
do projeto, acrescentando a tudo isso a qualidade formal.
O projeto arquitetônico de “salas de
cinema de rua “, tem como prioridade, estabelecer uma costura entre o programa
e os espaços urbanos, em meio as construções habituais do entorno: comercio,
serviço e residência, recriando as salas de cinema das calçadas da cidade, na
intenção de recuperar o impacto dessa mudança na configuração do espaço urbano
e social, referenciando um patrimônio material do prédio, da arquitetura, dos
equipamentos, da experiência cinematográfica, dos vestígios. Sobretudo, através
dos rastros deixados pelos antigos cinemas de rua, vestígios inscritos no texto
da cidade, onde o melhor método de tornar as coisas presentes é
representá-las em nosso espaço.
Os cinemas de rua podem ser compreendidos
como forma de expressão, figuram, entre as mais significativas criações científicas,
artísticas e tecnológicas de nosso tempo, podem ainda ser incluídos dentre as
edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais e
conjuntos urbanos de valor histórico, paisagístico e artístico.
O tema impõe uma vivência do espaço, com ações
muito rápidas, práticas e eficientes, a começar pela venda de bilhetes em telas
digitais. A medida que o cinema passa a ser
mais que um artefato de consumo dentro de um templo de vendas,necessita
criar e recriar espaços para viver e conviver, e assim dar lugar ao consumo de
mais artigos e cultura , valorizando o contexto entre elementos variáveis do
ambiente urbano.
OBJETIVO:
Hoje em dia, praticamente não há mais
cinemas de rua em Porto Alegre, fora um ou outro, que resiste bravamente (e não
sei por quanto tempo). É difícil dizer se é exatamente um fato para lamentar,
uma vez que indiscutivelmente, o advento dos cinemas "de shopping"
terminou se impondo, por uma série de razões.
Com efeito, toda a enorme transformação
social e urbana que envolveu a Capital gaúcha, a exemplo do que houve nas
demais grandes cidades brasileiras, ao longo do século XX, justificam
plenamente o fenômeno. Atualmente, há muito mais carros do que na época dos
cinemas de rua. O aumento de assaltos e da violência urbana, evidentemente,
inibiram a frequência a tal tipo de sala, pois corria-se o risco de ser
assaltado ou de ter o carro roubado ou avariado. Não somente por isso, com a
concorrência dos cinemas "de shoppings", os cinemas de rua não
conseguiram mais dar conta dos pesados custos de conservação de suas amplas e
antiquadas salas.
Nos anos 80 surgiram outras salas de
cinema "não comercial", podendo-se apontar como cinema de rua, por
exemplo, as da Casa de Cultura Mário Quintana.
Diante de tantos fatos que justificam os
fechamentos das salas de cinema na rua, não podemos ignorar a memória da
cidade. Revivendo a historia, o contexto urbano e cultural, penso que seria
muito construtivo estabelecer a estrutura dos cinemas fechados de shoppings
para cinemas de rua, criando programas e infraestrutura.
Programa: 3unid. salas de cinema culturais,
4 salas de cimena 3D, bar/café, livraria e estacionamento.
Potencial : Historia, resgate a memória, relação
social e urbana.
Conceito: Estabelece uma relação entre a área
urbana e a edificação, criando uma arquitetura capaz de manifestar as relações
sociais e materiais, através da transparência das circulações e dos volumes
opacos das salas de cinema. Dispostos de maneira aleatórias, o conceito
desenvolve um movimento dinâmico dos volumes, gerando circulações para
fachadas, recriando acessos diferenciados.
Estratégia: A disposição incompatível
entre os volumes das salas de cinema cria ambientes de circulação e espera. Térreo sobre pilotis desenvolve
uma inserção e permeabilidade urbana através de um bar/café, reforçando a vocação
do entorno, juntamente com uma ampla livraria, pois o cinema não se esgota na
bilheteria.
Area de intervenção: Av Nova York, Av.
Mariland e Rua Vinte Quatro de Outubro, Porto Alegre/RS, Brasil.
Adorei!! Parabéns!
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